08 abril 2009

Ninguém quer o arroz da Bayer!

Na semana passada, aconteceu em Brasília a audiência pública para debater a liberação ou não do arroz transgênico. Nela, ficou claro que ninguém quer o arroz da Bayer.

Ambientalistas, empresas, produtores e pesquisadores se posicionaram contra o plantio deste arroz de laboratório. Vamos continuar dizendo não aos transgênicos!


Os 7 pecados capitais dos trangênicos

Conheça os principais problemas dessa tecnologia que coloca em xeque a biodiversidade do planeta, provoca inúmeros problemas na agricultura mundial e afronta diretamente o Princípio da Precaução, da ONU.

1. Contaminação genética

Agricultores que queiram se dedicar ao cultivo convencional ou orgânico já sabem: se tiver alguma plantação transgênica nas redondezas, a contaminação é garantida e a missão, impossível. Tem sido assim nos Estados Unidos, onde tudo começou, na Europa, Argentina e sul do Brasil. Com a contaminação, agricultores têm prejuízos ao perderem o direito de vender suas safras como convencionais e/ou orgânicas.

Confira aqui entrevistas com agricultores espanhóis sobre alguns casos ocorridos em seu país.

O Greenpeace tem publicado anualmente um Registro sobre Contaminação Transgênica sobre os muitos casos verificados em todo o mundo - confira aqui a última edição.

2. Ameaça à biodiversidade

A contaminação genética pode ter também um efeito devastador na biodiversidade do planeta. Ao liberar organismos geneticamente modificados na natureza, colocamos em risco variedades nativas de sementes que vêm sendo cultivadas há milênios pela humanidade. Além disso, os transgênicos podem afetar diretamente seres vivos que habitam o entorno das plantações, conforme indicam estudos científicos - como no caso das borboletas monarcas, que são insetos não-alvo da planta transgênica inseticida, mas são também atingidas.
Ver aqui e aqui (arquivos em pdf para baixar).


3. Dependência dos agricultores

A empresa de biotecnologia Monsanto é hoje a maior produtora de sementes do mundo, convencionais e transgênicas. Além disso, é também uma das maiores fabricantes de herbicidas do planeta, com destaque para o Roundup, muito usado em plantações de soja geneticamente modificada no sul do Brasil. Com essa venda casada - semente transgênica mais o herbicida ao qual a planta é resistente -, os agricultores ficam presos num ciclo vicioso, totalmente dependentes de poucas empresas e das políticas de preços adotadas por elas. Ver aqui.

Outro grande problema verificado nos países que têm adotados os transgênicos - principalmente os Estados Unidos e Argentina -, é a draconiana propriedade intelectual exercida pelas empresas sobre as sementes transgênicas. O agricultor é proibido de guardar sementes de um ano para o outro, podendo sofrer pesados processos caso faça isso, e ainda corre o risco de ser processado de qualquer maneira caso a sua plantação sofra contaminação genética de uma outra transgênica - e ele não tiver como provar isso.

4. Baixa produtividade

Os argumentos de quem defende os transgênicos como solução para a crise alimentar que vivemos vêm caindo por terra dia após dia. Os transgênicos já se mostraram pouco competitivos economicamente e recentes estudos promovidos por universidades americanas comprovaram que variedades transgênicas são até 15% menos produtivas do que as convencionais. Confrontadas com os resultados das pesquisas, empresas de biotecnologia admitiram que seus transgênicos não foram criados para serem mais produtivos, mas sim para serem resistentes aos agrotóxicos fabricados por essas mesmas empresas.

Num primeiro momento, os transgênicos podem até ser mais produtivos do que os cultivos convencionais ou orgânicos/ecológicos, mas no médio e longo prazos, o que se tem verificado é uma redução na produção e um aumento significativo nos preços dos insumos como o glifosato, principal herbicida usado em plantações transgênicas.

5. Desrespeito ao consumidor (rotulagem)

O Brasil tem uma lei de rotulagem em vigor desde 2004, que obriga os fabricantes de alimentos a rotular as embalagens de todo produto que usam 1% ou mais de matéria-prima transgênica. No entanto, apenas duas empresas de óleo de soja rotulam algumas de suas marcas do produto - e mesmo assim só depois de terem sido acionadas judicionalmente pelo Ministério Público. Há milhares de produtos nas prateleiras dos supermercados brasileiros que chegam à mesa das pessoas sem a devida informação sobre o uso de substâncias geneticamente modificadas, numa afronta direta à lei e num claro desrespeito ao consumidor.

O Greenpeace publica, desde 2002, o Guia do Consumidor com uma lista verde de produtos que não usam transgênicos em sua fabricação e outra lista, vermelha, com produtos que podem conter organismos geneticamente modificados em sua composição.

6. Uso excessivo de herbicida

O caso da Argentina é emblemático: depois que os transgênicos começaram a serem plantados em suas terras, o consumo de herbicida explodiu no país, que passou a ser um dos que mais usam produtos químicos em plantações no mundo, atrás apenas dos Estados Unidos. A explicação é simples: como os transgênicos são resistentes a um tipo específico de herbicida, o agricultor usa cada vez mais dele para proteger sua plantação de pragas. Com o tempo, no entanto, esse uso excessivo provoca problemas no solo, nos trabalhadores e promove o surgimento de pragas resistentes ao herbicida, exigindo mais e mais aplicações.

7. Ameaça à saúde humana


Não existem estudos científicos que comprovem a segurança dos transgênicos para a saúde humana. Apesar de exigidos por governos de todo o mundo, as empresas de biotecnologia nunca conseguiram apresentar relatórios nesse sentido - e ainda assim, seus produtos são aprovados. Por outro lado, alguns estudos independentes indicaram problemas sérios, como alterações de órgãos internos (rins e fígado) de cobaias alimentadas com milho transgênico MON863 da Monsanto.

E ainda há o risco do uso excessivo do glusofinato, componente ativo da variedade transgênica Liberty Link, da Bayer, presente tanto no milho como no arroz geneticamente modificado produzido pela empresa. Problemas como esses levaram alguns países, como a Áustria, a proibírem a importação e comercialização desses produtos.

No Brasil, infelizmente, não existe o mesmo cuidado. A Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio), responsável pela aprovação de transgênicos no país, vem dando sinal verde para variedades que enfrentam grande resistência em outros países, como no caso do milho MON810, da Monsanto, proibido na Europa e liberado no Brasil.

"Em tempos de “tecnologias verdes” para salvar o planeta do aquecimento global, não podemos nos enganar. Reduzir emissões de gases de efeito estufa significa zelar por nossas florestas e oceanos, investir em energias renováveis, consumir menos de tudo.
Contudo, existe uma massa de 30% de todas as emissões de gases estufa do Brasil que vem diretamente da “atividade agrícola”.
Desenvolvimento tecnologico existe, mas não há milagre. A “tecnologia verde” para conter a poluição proveniente de lavouras infestadas de fertilizantes químicos e agrotóxicos, de monoculturas e criação de gado a perder de vista, é simples como um campo orgânico, diverso, saudável, livre de tóxicos.
E nem adianta dizer que os transgênicos são a solução para fome no mundo, ja que a própria FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) afirmou que “se toda a produção do mundo fosse orgânica, seria o suficiente para alimentar a todos”.
É por isso que somos contra qualquer tipo de transgênico, inclusive o arroz, que está para ser aprovado para consumo."

Fonte:
www.greenpeace.org
Blog Greenpeace

5 comentários:

Ozenilda Amorim disse...

é preciso ficar atento mesmo e essa informação é útil para escalarecer dúvidas sobre transgênicos, adorei, pois não sabia de alguns detalhes.
Gosto muito de ler sobre esses assuntos pois sou alérgica e tenho uma alimentação muito natural, o que seria de pessoas como eu se não fossem as informações verdadeiras sobre aquilo que pode nos dar vida ou morte?
Obrigada
;)

;)

Ozenilda Amorim disse...

Bom, comigo é assim, se me sinto cansada, sem querer levantar no horário, inventando desculpas para justificar a vontade de ficar em casa ao invés de sair, ir passear, trabalhar, ver amigos, já sei que a deprê tá rondando.
O que eu faço são algumas concessões sim, do tipo, durmo um pouco mais cedo, convido pessoas para irem em casa ao invés de sair ou como algo que me dá prazer, tomando cuidado é claro para não exagerar. Se eu vir que a coisa está um pouco mais grave, até fico um dia sem trabalhar ou deixo as tarefas de casa esperando e descanço de verdade por um dia, mas deixo bem claro para mim mesma que aquilo é uma concessão e que no outro dia tudo volta ao normal.
No geral é isso, se lembrar de mais alguma coisa eu falo.

Janice disse...

Oi Suka,
eu comprei a lata retrô da Nestlé no extra(propaganda rsrsrs).
Beijo:)

Lets disse...

Menina, quanta coisa eu nem sabia... Vixe, o tal moço é mesmo uma bomba, hein?
Espero que esteja bem...
Bjokas
Lets

. disse...

Adorei seu post. Muito informativo.
Depois passa no meu blog q tem uma perguntinha para meus amigos blogueiros. Quero sua participação!